domingo, 20 de junho de 2010

Ronald Neame (1911-2010)





Foi o realizador de um dos mais populares "filmes-catástrofe" dos anos 70: A Aventura do Poseidon/The Poseidon Adventure (1972) — Ronald Neame, inglês com uma longa ligação à produção de Hollywood, faleceu no dia 16 de Junho em Los Angeles, contava 99 anos.



Outro dos filmes notáveis -de toda a filmografia de Neame- é Hopscotch; um excelente filme com o consagrado actor Walter Matthau (1920-2000), que conseguiu, com a sua reverencia e complexidade, produzir uma obra de grande humor, mas pouco conhecida. A história: Um agente renegado passa os seus dias a escrever as suas memórias enquanto agente do CSI. Problema? Ele vai revelar coisas que deviam manter-se em segredo.


José Saramago (1922-2010)




José Saramago, vencedor do prémio nobel da literatura, faleceu às 12:45, em Lanzarote. É uma grande perda na cultura nacional e, sem dúvida, que deixará saudades, principalmente pela sua irreverencia e carisma.

O lado mais triste da vida de Saramago foi ser "expulso" de Portugal, graças ao Subsecretário de Estado adjunto da Cultura de Portugal, Sousa Lara, que o vetou de uma lista de romances portugueses candidatos a um prémio literário europeu. Tudo isso porque considerava O EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO uma blasfémia.


Enfim, os tempos são outros, e, Saramago, foi considerado um grande prosador e continuadamente no topo da lista dos livros mais vendidos em Portugal. É sinal que reconheceram a sua obra como merecia ser reconhecida.


O meu romance predilecto de José Saramago é O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS, uma espécie de continuação do heterónimo de Fernando Pessoa- Ricardo Reis. Outras obras do autor que me marcaram foram: MEMORIAL DO CONVENTO e ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ser-se patriota é apoiar a selecção

O futebol está no topo jornalístico, como vem provando os meios de comunicação. A vasta e asfixiante propaganda parece funcionar 24 horas por dia, como único meio de realçar a nossa veia patriótica: deixemos de ilusões, Portugal não é, manifestamente, uma equipa de futebol favorável mas sim mera equipa como outras.
O que nos faz fantasiar e gritar pela selecção? Pertencer ás massas como gado à espera de milagre? A mera comparticipação de nos deixarmos iludir pela propaganda, que aliás, lucra intensamente com a nossa ingenuidade? Não tenho respostas, só opinião. De facto, podemos constatar que a febre nacional é uma maneira de esquecermos os tempos difíceis e, acima de tudo, uma nova maneira de se ser patriótico.
E os heróis que deram as suas vidas pela nação? Eles que derramaram sangue ou sacrificaram as suas vidas pela nação, eles que descobriram novas terras e expandiram a nossa cultura, eles que deram tudo de tudo pela cultura; onde estão os poetas, soldados, romancistas, povo, pintores ou cineastas metidos? Num elo invisível que ninguém parece querer saber? Deambulamos numa maré de utopia, como crianças à espera de que as suas vidas sejam alteradas de pior para melhor com um simples golo. E as malditas vuvuzelas...essas malditas vuvuzelas... são autenticas anedotas; símbolo da ignorância, objecto mercantil que deixou de ser símbolo de um país para pertencer a uma estrutura abjecta capitalista. Cá Camões ou D. Afonso Henriques choram de tanto rir: ser-se patriota é gostar de figuras banais e que não diz nada a ninguém.

domingo, 6 de junho de 2010

Toy Story- A Piada


Há uma sensação de tudo se mover a um ponto de vista lucrativo; tudo tem que render ao máximo. Toy Story, realizado em 1995 de uma forma magnífica, vai agora ser relançado em 3D. Há aqui um equívoco ao pensar que uma imagem que fez história ainda faz render novo lucros; talvez pensemos assim, mas mexer uma obra magistral e alterá-la para um padrão esquemático, de uma forma burlesca, em boa verdade, o filme será concebido de forma a agradar a um mercado em decadência e este mesmo triste sinóptico acabará por cansar futuros espectadores. Um dos filmes da minha infância vai ser destroçado de forma a ser reduzido á "divina comédia humana". Já agora porque não lançar todos os filmes da Disney em 3D?

João Aguiar (1943-2010)




Jornalista e escritor, João Aguiar nasceu a 28 de Abril de 1943 e faleceu a 3 de Junho de 2010 em Moçambique. Vitima de cancro, João Aguiar deixou uma obra prolixa e diversa indo desde literatura infantil até ao romance histórico. Era também colaborador da revista mensal "O Superinteressante."

terça-feira, 1 de junho de 2010

Songs Of My Life II- Chuck Berry: Maybellene (1955)






Há canções que são clássicos instantâneos. "Maybellene" é um exemplo disso. Mas mais do que clássico é também o berço natural do rock and roll. O riff da guitarra, a atitude e o som já diz tudo. Chuck Berry separa-se dos blues dando mais enfase á velocidade de tocar guitarra e descobrindo o rock and roll. Elvis Presley é o rei do rock and roll mas Chuck Berry ocupa o lugar de Deus do rock and roll.
"Maybellene" é o single de estreia do guitarrista, produzido pelo lendário produtor Leonard Chess no seu estúdio (donde estrearam gigantes dos blues como Muddy Waters ou Willie Dixon). Chuck Berry é então o primeiro afro-americano a situar-se no top 10 na Billboard. A letra, simples mas contagiante, fala sobre a separação de um casal e Hot Rods. A canção é baseada numa canção tradicional country Ida Red que Chuck Berry adaptará á sua maneira. O estilo de vida rock and roll, presença constante do cantor também servirá de matriz para as suas letras como se nota em "Maybellene".
Chuck Berry é para mim o melhor músico da música pop dos anos 50.

Matisse