terça-feira, 23 de março de 2010

Akira Kurosawa- Cem anos do seu nascimento


Um dos realizadores, senão o mais importante do Japão nasceu em Tóquio a 23 de Março de 1910. A sua importância é tanta que influenciou diferentes gerações de realizadores como Bernardo Bertolucci, Fellini, Scorsese, Coppola ou Kitano.
Ficou na história como um dos mais aclamados e marcantes realizadores de cinema, autor de uma carreira que, em 57 anos de actividade, o levou a assinar 30 filmes. Akira era o oitavo filho dos Kurosawas, uma família com memórias de samurais na sua genealogia. Encorajado a desenhar nos dias de escola, o cinema entra na sua vida em finais dos anos 30 quando se junta a um programa de desenvolvimento de talentos ligado a um estúdio local. Estreia-se em 1943 com Sansgiro Sugata, filme criado em tempo de guerra. É contudo nos anos 50 que desenvolve um olhar distinto e pessoal que, aliado a uma mestria técnica e a um rigor e perfeccionismo absoluto o afirmam como um importante caso notável no panorama do cinema japonês.
Sofrendo de fadiga mental em 1971, tentou suicidar-se cortando os pulsos por mais de trinta vezes. Em 1985, o Festival de Cinema De Cannes homenageou-o pelo seu filme "Ran" do qual ele mesmo dizia que era a sua obra prima. "Ran" é baseado na obra Rei Lear de William Shakespeare. Kurosawa também adaptou obras do escritor russo Dostóievski . Muitos dos seus filmes inspiraram obras ocidentais como Os Sete Magníficos ou Payback.
"Ran" foi a primeira obra que tive o prazer de assistir. Um magnifico exemplo no campo da tragédia Shakespeariana, o visual exótico e os cenários de um Japão feudal, com samurais, traições e honra, só condimentam ainda mais a excelente narrativa. Um verdadeiro épico.
Faz agora cem anos que Kurosawa nasceu. Em sua homenagem está a passar as suas obras no cinemateca.

Alex Chilton (1950-2010)

Morreu , num hospital em New Orleans (EUA) o norte-americano Alex Chilton, uma figura admirada por uma série de músicos e melómanos, as suas canções tendo sido reinterpretadas, ao longo dos anos, por nomes como os This Mortal Coil, Eliott Smith, Graham Coxon ou os Yo La Tengo. Depois de um inicio de carreira, ainda nos anos 60, a bordo dos Box Tops, Chilton ganhou notoriedade pela obra que assinou com os Big Star, sendo igualmente reconhecido o trabalho que, depois de 1974, protagonizou em nome próprio.
No sitcom, That's 70's Show, podemos encontrar uma composição sua, "On The Streets".

O Choque de Titãs

Cartaz promocional de 1981 (filme original)

Aproxima-se a data da estreia do remake, por Louis Leterrier, do filme de fantasia de 1981 O Choque de Titãs. om uma nova dose de efeitos digitais, em claro contraste com as técnicas “stop motion” usadas no filme original por Ray Harryhausen, o novo Clash Of The Titans tem estreia mundial a 2 de Abril nos EUA, em formato 3D.

O filme cuja narrativa, como é de esperar será fraca. O 3D parece querer dominar as salas de cinema e os remakes escondem um outro lado preocupante: a falta de criatividade no cinema norte americano. É esperar para ver.

Ray Harryhausen teve a sua última participação no original (e clássico) O Choque de Titãs, reformando de seguida. Curiosamente este foi o único em que Ray Harryhausen usou assistentes.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Um Blog

Decidi ter um espaço próprio para os meus trabalhos de fotografia ao invés de ter aqui os mesmos num espaço de opinião e referências.
São fotografias que vou tirando e expondo no blog. Espero que apreciem.

Link: http://photomanifestis.blogspot.com/

Festival da Canção

Enfim, assistimos á degradação do Festival RTP da Canção. Pésima qualidade de canlções, um público que parece provir das audiências TVI e como se não bastasse a péssima análise do juriz (não importa qual) que remete ao resultado final.
Deixemos de ilusões. O representante nacional vai lá estar apenas para "queimar tempo". Não se trata de saudosismo televisivo, antes pelo contrário, tratasse do grotesco e da péssima intervenção consciente que domina as claques televisivas e parecem estar determinadas a destruir o pouco do património Festival RTP da Canção que ainda nos traz doces lembranças de um passado cheio de uma euforia- não aquela euforia provinciana mas sim interventiva. Faz falta o José Cid e Ary Dos Santos. Quanto ao nosso representante do ano passado, Flor-de-Irís, foi um dos casos musicais mais interessantes e curiosos da ultima década. Merece aplausos, ao contrário da representante de 2010.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Óscares


Estado de Guerra foi o grande vencedor deste ano, com um total de seis Oscares, entre os quais os de Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Argumento Original. Kathryn Bigelow tornou-se assim a primeira mulher a receber um Oscar de Melhor Realização.



Admito que não sou grande fã de filmes de guerra mas antes "Estado de Guerra" que "Avatar".

Christoph Waltz em Sacanas Sem Lei mereceu sem dúvida o prémio de melhor Actor Secundário pela sua magistral actuação no filme. Jeff Bridges também merece aplausos pelo seu desempenho em Crazy Heart (filme do qual lamentavelmente não chegará ás salas portuguesas). Precious merecia um óscar para melhor filme.



El Secreto de Sus Ojos levou um óscar para Melhor Filme Estrangeiro. Foi uma noite sem grandes revelações nem momentos inesperados. Quem sabe se para o ano o programa seja mais "sedutor".

terça-feira, 2 de março de 2010

Imagem do mês


José De Almada Negreiros- Auto-Retrato Num Grupo (1925)

Goodfellas (Scorsese)



"Goodfellas" não é exactamente um filme típico de gangsters. Não é ficção, não é Godfather ou Scarface: é uma história verídica baseado no livro de Pileggi. Tal como Martin Scorsese adverte desde o início, no filme, "This Is A True Story"- torna-se relevante a veracidade do argumento. Quando muitos pensam que filmes de Gangsters está fora de moda (isso em 1990) Martin Scorsese consegue- e muito bem- abordar o tema. Outros dos pontos altos (e as minhas cenas favoritas) está nos plano- sequência no restaurante e bar (assim como no banho de sangue no final de TAXI DRIVER) e na viagem de Henry por Nova Iorque num estado alucinado, tão bem concatenada- dá-nos a impressão de assistir a um documentário.

O pré-genérico também está muito bem conseguido: Ray Liotta, Robert De Niro e Joe Pesci, de noite, num carro opulento, ouvem um barulho estranho. Param o carro na berma, abrem o porta- bagagem: acção horripilante a seguir á qual a voz "off"de Liotta afirma "ever since I can remember, I always wanted to be a gangster". Depois do genérico recuamos até á infância de Henry. de facto estas cenas são memoráveis e na minha opinião um dos melhores começos num filme.

Tal como Taxi Driver, Godfellas foi o começo do meu interesse pela obra de Scorsese e agora tive prazer de assistir no Cinemateca Lisboa esta obra-prima.

Exile on Main St.+ Versões






Exile on Main St.- um dos álbums obrigatórios para qualquer coleccionador do rock and roll- chega ao mercado em Maio, com edição recheada de inéditos e ainda um documentário: Stones in Exile.

Gravado em condições aterradoras (drogas, desleixo absoluto, material defeituoso, etc...) representa a essência Stones. O ultimo dos clássicos da banda onde inclui clássicos como Rip This Joint, Tumbling Dice, All Down the Line e Shine a Light- totalmente explosivo, rock "speedados" e genial- é um autêntico clássico. Recomenda-se.

Helmut Newton- SUMO (versão "integral")


Uma notícia deveras interessante acaba de chegar:
stá de volta Sumo, o livro de Helmut Newton (1920-2004) que, na edição original, media 50 cm x 70 cm, pesava 35,4 quilos e necessitava de uma base metálica para ser pousado e manuseado. Agora, a editora Taschen assinala os dez anos do aparecimento de Sumo em versão mais ligeira, formato 26,7 cm x 37,4 cm, embora incluindo também uma peça de suporte para a sua leitura — a edição original vendia-se a 10 mil euros; a nova edição custa 99,99 euros.
Apesar do preço, para quem gosta realmente de fotografia e sabe apreciar a obra certamente que não se arrependerá. Helmut Newton foi um fotógrafo que se moveu através de várias áreas na fotografia, criando uma vasta obra criativa sem limites. Participou em museus, revistas, moda e publicidade tornando-se um dos fotógrafos carismásticos do século XX.