sábado, 17 de abril de 2010

Jonis Mitchell- Court and Spark (1974)




Joni Mitchell ou melhor, Roberta Joan Anderson, nasceu em 7 de novembro de 1943 em Fort MacLeod no Canadá. Desde pequena Joni percebeu que tinha talento para compor e cantar. Com uma voz que alcança uma extensão vocal de duas oitavas e meia Joni quebra corações e emociona plateias com as suas letras de protesto, temas auto biográficos e até a industrialização e a destruição da natureza. Joni passou por inúmeras dificuldades antes de alcançar sua fama. Sem dinheiro, nem morada, Joni em uma situação de desespero casou-se com um cantor folk Chuck Mitchell, de quem herdou seu sobre-nome… O casamento para alegria de alguns durou apenas um ano e meio. Após seu divórcio em 1967 Joni conheceu Elliot Roberts e David Crosby ex-membro do The Byrds, os dois a ajudaram a conseguir uma boa divulgação e contracto com uma editora. Em 1968 seu primeiro disco intitulado Joni Mitchell é lançado no mercado fonográfico, o disco ganhou até um apelido Song To A Seagull e outros artistas começaram a interpretar suas canções. Mesmo assim não alcançou um sucesso grandioso.
É com o quarto disco, "BLUE", que alcança a sua maestria e reconhecimento graças ás suas composições de grande envergadura, pessoais e também políticas.
No entanto prefiro disco Court and Spark, lançado em Março de 1974. Recebeu boas críticas, chegou ao segundo lugar na Billboard, mais do que isso tem uma musicalidade benemérita- transgride as barreiras do folk convencional entrando numa nova fase: o jazz.
Twisted é a prova disso. Help Me, que chegou a numero sete na tabela norte americana de singles, prova a sua sensibilidade pop. O álbum traz dez músicos de qualidade para um álbum de qualidade.
Court and Spark é o sexto álbum de Joni Mitchell, podemos dizer que é um álbum acessível e comercial, mas é mais do que isso- consegue provar o discernimento absoluto nas suas composições, por vezes lúcidas e por outras bastante pessoais. A autora de canções é uma excelente contadora de histórias, disso não há nada a dizer e com Court and Spark ela abrange mais a sua musicalidade provando uma versatilidade nunca antes comprovada na sua discografia.
Um álbum para se ouvir á noite, num dia de chuva.


O Dia Das Lojas De Discos




O Record Store Day volta a ser celebrado hoje em lojas de discos portuguesas. A iniciativa, que visa captar atenções para o “culto” do disco, junta promoções e acções de animação a uma série de edições especialmente lançadas para assinalar a data.


Adoro Discos de vinil por uma razão, aliás duas razões: Excelente som stereo e capas com que possamos apreciar como obras de arte. O formato cd jamais chegará aos calcanhares na dita fidelidade e qualidade. A desvantagem do vinil é que há mais facilidade em riscar e atrai sujidade o que faz com que tenha pouca duração. Daí o enorme cuidado dos coleccionadores de discos.


LONGA VIDA PARA O DISCO DE VINIL!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Songs Of My Life I - QUEEN: Bohemian Rhapsody (1975)

Composta por Freddie Mercury tornou-se numa espécie de assinatura da banda. Gravada durante as sessões de estúdio do álbum A Night At The Opera, possui uma estrutura pouco própria no mundo do pop: um encaixe de vários estilos musicais em apenas seis minutos. Ora o que ouvimos para além de pop é ópera, heavy metal, pop estilo Beatles, gospel, cappella e acima de tudo ouvimos uma obra prima. Não possuí refrães e foi produzida em seis sessões sem ninguém ter noção do que estavam a criar excepto o autor obviamente. O aspecto quase teatral é já uma marca registada de Freddie Mercury e em Bohemian Rhapsody esse lado está bem presente. O autor da canção nunca explicou o conteúdo da letra o que fez com que vários ouvintes interpretassem-na de forma diferente. Há quem a visse como uma metáfora para a bissexualidade de Freddie ainda não assumida (estávamos em 1975) ou que foi inspirada no livro “O Estrangeiro” do filósofo Albert Camus ou que simplesmente não há nenhum significado por trás da letra. Seja como for só o autor sabe.
Um dos pontos mais interessantes de uma banda como os QUEEN é a diversidade assumida em um só álbum. Nenhum é entediente nem repetitivo. Por exemplo no A Night At The Opera podemos encontrar diversos estilos: folk (’39), Hard Rock (I’m In Love With My Car, ou Sweet Lady), Pop (You’re My Best Friend), ou até mesmo vaudevilles (Lazing On A Sunday Afternoon ou Seaside Rendezvous). Quanto a Bohemian Rhapsody, apa além de ser reconhecida mundialmente , é sem sombra de dúvida a minha favorita de todos os tempos. Confesso que na primeira audição não me impressionou muito mas com o passar do tempo reconheci que aquilo era algo diferente de tudo o que a musica pop teve para oferecer.
Bohemian Rhapsody foi acompanhado por um video clip de baixo orçamente mas que revolucionou indústria fonográfica ao reconhecer que o video clip seria uma dos principais suportes de promoção para venda de álbuns.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Malcom Mclaren (1946-2010)






Chegou esta notícia tão repentina:

Faleceu o famoso manager dos Sex Pistols, Malcom Mclaren. Mais do que manager foi um excelente músico que conseguiu gerar alguns títulos marcantes sobretudo nos dias de 80, vincando a diferença pela forma como sempre olhou adiante do seu tempo. Na verdade, Malcolm McLaren foi dos primeiros músicos europeus a assimilar sinais da então emergente cultura hip hop logo no seu álbum de estreia, Duck Rock, editado em 1983 (onde marcavam ainda presença as músicas de África e das Caraíbas).

Ainda experimentou o cinema e a televisão. E chegou a falar de ambições na política. Morreu ontem, aos 64 anos, na Suíça.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Em Tempo de Páscoa


Dos mais premiados (11 estatuetas) filmes de sempre: Ben-Hur (1959), de William Wyler, com Charlton Heston passou neste Domingo num horário lamentável (hora de almoço, na RTP2). Em dia de Páscoa com o tempo vamos apercebendo que os épicos clássicos, em especíal de Biblia vão perdendo terreno e dando lugar a filmes de "espectáculo" e mero entretenimento. Se antes podíamos oferecer um cinema versímil hoje a nova geração perde uma parcela valiosa do cinema ao tirar do horário nobre em tempo de Páscoa filmes como Ben Hur ou os Dez Mandamentos. Filmes esses que me influenciaram no ponto de perspectiva de ver o cinema com "outros olhos". Enfim, é uma nova era a que assístimos donde vinga a moda 3D.

Erwin Olaf- Solidões e Hotéis


São paisagens íntimas, mas distantes, de uma geometria que faz coincidir a carne com a mais radical abstração, o desejo com a mais fria das evidências — Erwin Olaf volta a propor uma série de personagens solitárias, agora em quartos de hotel, dir-se-ia devoradas pela depuração formal que as acolhe. A envolvência da luz, herdada de alguma pintura flamenga (Olaf nasceu em Hilversum, Holanda, em 1959), cruza-se com as linhas de uma cenografia que parece remeter para certos espaços melodramáticos do cinema americano da década de 50 — a nova série chama-se "Hotel".
[in sound+vision.blogspot.com