domingo, 11 de julho de 2010

U2- The Unforgettable Fire (1984)




The Unforgettable Fire é sem dúvida o meu álbum favorito dos U2. Sou daquelas pessoas que acha que a força criativa cessou em meados dos anos 90. 1984 foi um bom ano para a banda: a sua participação no grande acontecimento -Live Aid; um segundo e milionário contracto com a Island e o sucesso do álbum WAR em território norte americano. Como se não bastasse ainda foram eleitas como a banda do ano pela Rolling Stone.

Os U2 tinham em mente um outro produtor para o próximo álbum: Brian Eno. Figura estimada no meio musical, produziu álbum inovadores com conceitos que transcendiam a própria musica popular. Fora membro dos Roxy Music e teve o privilégio de produzir a famosa trilogia Berlin de David Bowie. Contrafeito, Brian Eno aceitou produzir o próximo álbum dos U2. Com o passar do tempo foi-se apercebendo que os integrantes não tinham uma compostura convencional; algo neles embreava energia e estavam dispostos a seguir um novo caminho, um caminho que encerrava de vez os trabalhos anteriores. The Unforgettable Fire é a prova disso.

A razão que me faz gostar deste álbum é uma: o seu clima sombrio. A produção foi quase caótica. Brian Eno irritava-se porque tinha que esperar que Bono escrevesse as suas letras, mas The Edge explicou, calmamente, que Bono ouvia primeiro a melodia e depois passava a letra por cima dessa melodia. Era assim que a banda trabalhava. Brian tentou incutir novas atmosferas- a musica gospel e a faceta soul music. A primeira peça, da intensa secção, surgiu com Pride. The Edge classificou a canção como a melhor peça pop que a banda compôs. Bono tencionava escrever sobre a administração Reagan, só depois se tornou uma homenagem a Martin Luther King. Bono escreveu outra canção inesquecível: Bad. Uma homenagem a dois amigos do vocalista que perderam as suas vidas graças ao vicio da heroina. Com um clima intenso e uma letra depressiva, a canção depressa ganhou respeito nos fãs.


Elvis Presley And America é uma outra faceta nova da banda: o lado experimental. Brian Eno pediu a Bono que cantasse a letra de modo invertido. Depois de feito o pedido, pensara em recomeçar, desta vez para gravá-la, mas para seu espanto a canção já estava pronta. The Unforgettable Fire é a minha canção favorita. Os arranjos de Noel Kelehan, um musico de jazz irlandês, só engrandeceram a musica da canção. A quarta faixa do álbum é uma homenagem ás vitimas dos ataques das bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki. Paul Celan foi uma enorme influencia para a letra de Bono.


Concluindo, The Unforgettable Fire é um album intenso com uma certa espiritualidade que não nos deixa indiferente. As influências post-punk ainda estão lá, mas o álbum abrange outras facetas que tornaram o álbum mais rico e certamente uma experiência única para o ouvinte estreante.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bookshelfporn



Excelente site com todas as excentridades realizadas por arrumadores de livros. Uma curiosa faceta do mundo da literatura, que poderá inspirar os mais desastrados nas organizações de livros. Aqui vai:

Matilde Rosa Araújo (1921- 2010)

Escritora mais conhecida no campo da literatura infantil -Matilde Rosa Araújo-, faleceu no dia 6 de Julho de 2010.

Matilde Rosa Araújo nasceu em Lisboa, em 1921, tendo tirado a sua licenciatura em Faculdade de Letras, da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora do Ensino Técnico-Profissional, e formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.


Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em Maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.