sexta-feira, 22 de julho de 2011

Lucian Freud (1922 - 2011)

Auto-retrato, 1985


Nascido em Berlim a 8 de Dezembro de 1922, neto de Sigmund Freud, foi viver para Inglaterra, com os pais, em 1931, tendo adquirido a nacionalidade britânica em 1939. Estudou em várias instituições, incluindo a Central School of Art e a Goldsmiths, da Universidade de Londres. Depois de libertado do serviço militar, em 1942, desenhou as ilustrações para um livro de poemas de Nicholas Moore (The Glass Tower), vindo a expor pela primeira vez em 1944.
Lucian Freud foi um dos maiores artistas nascidos no século XX — faleceu no dia 20 de Junho, na sua casa de Londres, contava 88 anos.

Manuel Da Fonseca - Seara De Vento (1958)



Seara De Vento, romance lançado em 1958, é uma força de natureza indiscutivelmente impar. Tudo nesse romance se sobressai. O cruel destino da família Palma, a opressão defendida por pequenas oligarquias, entre eles, a GNR e os burgueses abastados. Na pequena e modesta vila nada de bom está para acontecer. A falta de trabalho, o protesto dos trabalhadores, a fome cada vez mais acentuada, principalmente no ceio da família Palma, que não tem outro remédio senão recorrer ao contrabando para terem comida no prato. Mais dura é a razão que sustém a vida, não há pátria, Deus, apenas o ócio e a vida madrasta tão assenta na diáfana poalha da modesta vila. Mais humilhante são os homens pedirem trabalho de casa a casa, quando não vêem outra solução. O desespero ressoa mais alto.

Este romance é fruto do movimento neo – realismo, os textos são simples, directos e os diálogos de uma força brilhante (e não estou a exagerar), curtos e directos, corroídos pela sua dureza. O perfil psicológico das personagens, são descritos de uma forma atilada, não há exagero nenhum, floreados ainda menos. A escrita de Manuel Da Fonseca é uma experiência imediata e realista.

Manuel Da Fonseca nasceu em 1911, no dia 15 de Outubro. Natural de Santiago do Cacém, foi poeta, romancista, cronista e argumentista. Dele há muita obra a descobrir, e com prazer. Cada vez mais as suas palavras fazem falta, mas são poucos os que vão descobrindo os seus livros. Eu tive o orgulho de obter algumas das suas obras, e é com prazer que as leio, a testemunhar o que Manuel Da Fonseca testemunhou. Abrigo-me na realidade, - embora ausente no tempo - para a descobrir uma vez mais.


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