sábado, 25 de junho de 2011
Peter Falk (1927-2011)
quinta-feira, 9 de junho de 2011
V. de Thomas Pynchon
V. é a demanda pelo enigma - que aos poucos se resolverá. Verdadeiro marco da literatura pós moderna, V. é um romance revolucionário escrito por Thomas Pynchon. Recebeu o prémio First Novel Award em 1963.
Sobre V. só posso dizer que é um romance incrível, com uma narrativa não linear, que se aproxima do absurdo, até mesmo do niilismo. A obsessão pelo V, como se se tratasse de uma entidade cósmica, ou até mesmo a resposta determinante para a humanidade, é uma demanda incansável. São sessenta anos de delírio, de deambulação, passando por Nova Iorque, Alexandria, por Paris, Malta e Florença.
Se notar, o leitor consegue captar reminiscências de uma escrita da geração Beat, que Pynchon tanto admira. Mas o romance também conta com um estilo próximo de Burroughs.
V. é um romance divertido, que tem Benny Profane como a principal personagem, embora que o escritor aventura-se a criar uma profusão de personagens que podem muito bem ocupar a vitalidade do romance. É intransigente que a peça fundamental, mas caótica, - podemos observar ao longo do romance - é o enigmático V.
Na minha opinião, este é um dos melhores romances que já li, chega quase ao surreal; existe uma estranheza nas suas palavras, na sua história, mas é ai que reside a beleza no mundo literário: nem tudo é o que parece ser.
Thomas Pynchon lançou recentemente o romance - que espero vir a ler-, Vicio Intrínseco. O escritor é adverso a entrevista e raramente mostra a cara ao publico, portanto muito difícil de encontrar o autor para quem pretende autógrafos. Thomas Pynchon já foi referido várias vezes como um possível candidato ao Nobel. Só esperar para ver.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Maurice Garrel (1923 - 2011)
Recordo-me de assistir pela primeira vez a um filme onde contava com a sua presença,
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Taxi Driver (1976)
O que dizer de Taxi Driver? O meu filme favorito. Aquele que considero o mais genial de Martin Scorsese.
Roberto De Niro volta às ruas depois do impressionante filme MEAN STREETS. Desta vez como veterano da guerra do Vietname e motorista solitário de um táxi. O argumento foi escrito por Paul Schrader e a banda sonora é da autoria de Bernard Herrmann , no seu ultimo trabalho.
Em Táxi Driver não há comunidades, como vimos em Mean Streets. Nova Iorque agora é uma selva urbana, palco dos fora de leis que escondem-se nas sombras da noite. Travis Bickle (Roberto De Niro) sofre de insónias, que melhor remédio senão vaguear de táxi pelas ruas da noite? Martin Scorsese aparece nma ponta, interpretando um marido voyeur e homicida, que se prepara para matar a mulher. Mas a parte central do filme é a personagem isolada de todos, solitário, paranóico estando mesmo à beira da loucura. Nota-se bem o desempenho perfeccionista de Roberto De Niro, no papel. Harvey Keitel também está sublime: proxeneta, que introduz uma adolescente na prostituição de rua (Jodie Foster, com 12 anos).
Na minha opinião a força do filme deve-se verdadeiramente às cores vibrantes, à fotografia brilhante de Michael Chapman e às luzes da cidade, um sinal de que este é um filme de estética neo-noir. Muito das cores alucinantes remetem-me para A Desaparecida, de John Ford, ou até mesmo para a série Miami Vice, que quase dez anos depois explorará esse efeito até à exaustão. Cybill Shepherd interpreta Betsy, uma relações-publica, que desperta um interesse quase doentio em Travis Bickle. Fará de tudo para conquistá-la. O Vietname ainda está desperto na mente de Travis. Vive preso, acorrentado por um mal maior, um espirito destruído que vagueia pela selva, que já não é o Vietname mas sim a cidade de pedra e betão e longos prédios. Travis está decidido a transformar-se num anjo vingador, fazer justiça pelas próprias mãos e purificar a cidade das suas aberrações. Outra missão sua é tirar a prostituta adolescente das ruas, o que faz a todo custo.