sexta-feira, 3 de junho de 2011

Taxi Driver (1976)


O que dizer de Taxi Driver? O meu filme favorito. Aquele que considero o mais genial de Martin Scorsese.

Roberto De Niro volta às ruas depois do impressionante filme MEAN STREETS. Desta vez como veterano da guerra do Vietname e motorista solitário de um táxi. O argumento foi escrito por Paul Schrader e a banda sonora é da autoria de Bernard Herrmann , no seu ultimo trabalho.

Em Táxi Driver não há comunidades, como vimos em Mean Streets. Nova Iorque agora é uma selva urbana, palco dos fora de leis que escondem-se nas sombras da noite. Travis Bickle (Roberto De Niro) sofre de insónias, que melhor remédio senão vaguear de táxi pelas ruas da noite? Martin Scorsese aparece nma ponta, interpretando um marido voyeur e homicida, que se prepara para matar a mulher. Mas a parte central do filme é a personagem isolada de todos, solitário, paranóico estando mesmo à beira da loucura. Nota-se bem o desempenho perfeccionista de Roberto De Niro, no papel. Harvey Keitel também está sublime: proxeneta, que introduz uma adolescente na prostituição de rua (Jodie Foster, com 12 anos).

Na minha opinião a força do filme deve-se verdadeiramente às cores vibrantes, à fotografia brilhante de Michael Chapman e às luzes da cidade, um sinal de que este é um filme de estética neo-noir. Muito das cores alucinantes remetem-me para A Desaparecida, de John Ford, ou até mesmo para a série Miami Vice, que quase dez anos depois explorará esse efeito até à exaustão. Cybill Shepherd interpreta Betsy, uma relações-publica, que desperta um interesse quase doentio em Travis Bickle. Fará de tudo para conquistá-la. O Vietname ainda está desperto na mente de Travis. Vive preso, acorrentado por um mal maior, um espirito destruído que vagueia pela selva, que já não é o Vietname mas sim a cidade de pedra e betão e longos prédios. Travis está decidido a transformar-se num anjo vingador, fazer justiça pelas próprias mãos e purificar a cidade das suas aberrações. Outra missão sua é tirar a prostituta adolescente das ruas, o que faz a todo custo.

Para conseguir a classificação R, Martin Scorsese teve que reduzir a saturação das cores deixando o vermelho de sangue menos vivo. Taxi Driver é uma obra prima que merece a pena ser assistida, com todos os seus detalhes bem concebidos. Este é o meu filme favorito de toda a sua obra. Muito bem conseguida.





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